sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Aprendendo através da ludicidade

Segundo Luckesi (1994), a atividade lúdica ajuda a desenvolver a capacidade criativa da criança, atuando como uma atividade orgânica e ao mesmo tempo prazerosa para a criança, já que a brincadeira proporciona uma melhor qualidade da vida escolar. Auxiliando na auto realização e ao mesmo tempo na interação com o grupo social que a cerca. Para ele, a prática de brincadeiras é um dos mais eficazes instrumentos que permitem a interação do interior da criança com o mundo exterior. Por isso, ao estudar a importância das atividades lúdicas enquanto contribuição da psicomotricidade para o processo de ensino-aprendizagem destaca-se a relevância desta pratica para a criança, tornando-a um ser mais harmônico com o meio social.

Em relação à importância da ludicidade a entrevistada A1 fez a seguinte afirmação:

A1: Eu incluo e até as minhas abordagens são voltadas nessas estratégias, através de atividades recreativas e lúdicas, pois eu acredito que a criança brincando é que vai aprender, vai aprender com mais facilidade.

A brincadeira é uma necessidade para a criança, que favorece a passagem do período sensório-motor ao lógico concreto. Por meio da brincadeira a criança começa de forma gradativa a operar mentalmente, formando categorias conceituais e relações lógicas, a partir dos símbolos e representações individuais (BARRETO, 2000).

A3: Nos trabalhos do cotidiano escolar, desenvolvo jogos e brincadeiras dinamizando como atividades lúdicas em sala de aula.

Vygotski (1988) discute o papel do brinquedo, referindo-se especialmente à brincadeira como “faz-de-conta”, como brincar de casinha, escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo. O comportamento das crianças pequenas é fortemente determinado pelas características das situações concretas em que elas se encontram. Numa situação imaginaria como a da brincadeira de “faz-de-conta”, a criança é levada a agir num mundo imaginário onde a situação é definida pelo significado estabelecido pela brincadeira e não pelos elementos reais concretamente presentes.

A brincadeira se constitui em um exemplo de atividade no qual a criança poderia ser vista como se estivesse num mundo só seu. Conforme Lopes (2001), “o jogo e o exercício é a preparação para a vida adulta, a criança aprende brincando e é o exercício que a faz desenvolver suas potencialidades”.

Segundo Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida. Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.

A3: Percebo que através das atividades desenvolvidas a criança toma consciência do se corpo e de expressar-se através dele, localizando-se no tempo e espaço.

Destaca-se também a importância do educador na realização dessas atividades:

A4: [...] o professor tem o papel de atuar como medidor das crianças facilitando vários momentos de ludicidade no grupo onde ela está inserida, construindo assim a sua identidade.

A2: [...] mas é o professor que planeja atividades que contemplam observação, jogos, brincadeiras, passeios, desenhos, teatros, mímicos e outras atividades que enriquecem o desenvolvimento psicomotor e intelectual das crianças.

Segundo Santos (2002, p 37) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorado, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo.

Para Winnicott (1966), a brincadeira permite a associação livre de ideias, pensamentos, impulsos, sensações sem conexão aparente e emersão de ideias. Para ele, com base no brincar, se desenvolve a comunicação e se constrói a totalidade da existência experiencial do homem.

Compreende-se assim através dos relatos que a coordenação psicomotora e a ludicidade são fatores ou elementos que estão diretamente ligadas à expressão do corpo, porque todo movimento tem uma conotação psicológica de sensações. Através do brincar podem ser expressos sentimentos, assim como um estado emocional pode ser percebido através dos gestos da criança.

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